sexta-feira, 30 de abril de 2010

Moradores de três municípios fecham estrada em protesto por paralisação de obra


Protesto pede asfalto
Moradores de três municípios fecham estrada em protesto por paralisação de obra

REVÉS DO BELÉM – Cerca de 200 moradores de Revés do Belém (Bom Jesus do Galho), Córrego Novo e Pingo D´Água, fecharam na manhã desta segunda-feira a estrada de acesso à BR-458 por mais de quatro horas.

Eles prometem repetir a manifestação até que obtenham respostas sobre a paralisação da pavimentação, ocorrida em agosto do ano passado. Carregando faixas, os moradores usaram placas da própria obra para fechar o tráfego.

Manifestantes prometeram, inclusive, lembrar da obra parada no dia da próxima eleição. O protesto desta segunda-feira foi exatamente em cima da ponte do ribeirão do Boi, localizada a dois quilômetros do povoado de Revés do Belém.

O presidente da Câmara de Vereadores em Pingo D´Água, Marcos Ferreira da Rocha, justificou a manifestação ao lembrar que há muitos anos a população sofre com a estrada de terra. Marcos explica que a expectativa da população está frustrada com a paralisação das obras.

“Há sete meses que não trabalham nessa estrada. Não há explicações por parte do governo, enquanto a população continua a sofrer com a estrada de terra”, explicou.

Quanto à afirmação do governador Antonio Augusto Anastasia, que ao passar pelo Vale do Aço na semana passada garantiu que a obra está no cronograma e não está parada, Marcos Ferreira disse que contra fatos não há argumentos, pois qualquer pessoa poderá percorrer o trajeto e verificar que a obra está, de fato, paralisada. “A nossa proposta é parar o trânsito aqui até que o governo lembre-se que precisa retomar essa obra”, frisou.
Marcos também lembra que mais de 20 mil pessoas dependem do acesso e que, no período chuvoso, carros atolam. Crianças já nasceram dentro de carros antes de chegar ao hospital e o risco de acidentes é constante.

Enganação

Morador de Revés do Belém, Fernando Rosa da Silva, disse que se sente enganado, pois acreditava que o asfalto sairia rapidamente e, até agora, nada.

Fernando acrescenta que há aproximadamente 40 anos também se falou na construção de um acesso mais fácil ao Vale do Aço, no entanto, a estrada parou no início. “E a prova é a ponte perdida, uma obra milionária, paga com nosso dinheiro, que ficou abandonada no meio do mato, sobre o rio Doce, igual a essa estrada aqui, sem continuidade”, criticou.

Moradora de Revés do Belém, Maria das Graças Fagundes também manifestou sua decepção. “Tudo o que precisamos é em Ipatinga e faz falta essa estrada em boas condições. É decepcionante ver essa obra paralisada”, afirmou.

O vereador em Pingo D’Água, Luiz Paulo Coelho, lembra que os moradores dos três municípios atendidos pela estrada estavam ansiosos com a chegada do asfalto e o fim da dificuldade do acesso.
“Mas de repente, sem nos dar satisfação alguma, pararam a obra. A empreiteira alega que é um problema com o governo, o governo alega que é um problema com a empresa e estamos aqui hoje para chamar a atenção dos responsáveis pelo nosso estado e para dizer que isso aqui é uma humilhação”, frisou.
O vice-prefeito de Pingo D´Água, Waldecy Cardoso Gomes disse que não esperava a situação chegar ao ponto de ontem. Waldecy lembra que a falta do asfalto é um atraso de vida para a população de Bom Jesus do Galho, Pingo D´Água, Revés do Belém, Quartel do Sacramento e Córrego Novo. “Acreditamos que se passar essa época agora difícilmente a obra volta. Se precisar, vamos parar novamente essa estrada”, assegurou.
Transtornos para quem precisava passar
Marcelo Carlos Moreira, saiu cedo de Ipatinga em direção a Pingo D´Água, onde iniciaria ontem um serviço. Apesar dos transtornos, Marcelo disse que concordava com a manifestação porque no seu entendimento a estrada sem asfalto representa um grande transtorno. “A população daqui depende muito dessa estrada para o acesso a Ipatinga. Muitos trabalham lá, têm negócios em Ipatinga e sem asfalto tudo fica mais difícil”, avalia.

Já o motorista Carlos Eduardo Neiva, que saiu cedo de Córrego Novo para uma entrevista de trabalho em Coronel Fabriciano, não gostou da paralisação. “Tinha que estar às 9h na empresa. Eles não me deixaram passar com minha moto e eu certamente perdi a vaga”, reclamou.
Comandante do pelotão da Polícia Militar em Bom Jesus do Galho, tenente José Damião Gomes explicou que o trabalho no local foi no sentido de garantir a integridade física das pessoas e o direito da manifestação.
O oficial destacou que todos os veículos de emergência, ambulâncias ou caminhões com cargas perecíveis tiveram livre acesso durante a manifestação. A manifestação foi previamente acertada no sábado, com organizadores do movimento, que segundo o tenente Gomes, cumpriram todos os pontos do acordo.
No total, 20 policiais militares, inclusive do Meio Ambiente, foram para o local com sete viaturas. A manifestação foi encerrada sem incidentes.
Protestos por asfalto não vão parar
Moradores prometem fechar novamente a estrada de Revés/Pingo DÁgua até retomada da pavimentãção
Envie para um amigo 13/04/2010 - 10h02


Alex Ferreira

Estrada de Pingo D'Água ficou parada ontem por mais de quatro horas. Moradores se sentem enganados com promessa de asfalto.



REVÉS DO BELÉM – Os cerca de 200 moradores de Revés do Belém (Bom Jesus do Galho), Córrego Novo e Pingo D´Água, que fecharam na manhã desta segunda-feira a estrada de acesso à BR-458 por mais de quatro horas, prometem repetir a manifestação até que obtenham respostas sobre a paralisação da pavimentação, ocorrida em agosto do ano passado.

A assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Setop) informou que a empresa responsável pela obra deverá reiniciar os trabalhos nos próximos dias. Segundo a assessoria, pode ter havido “problemas técnicos” no andamento da pavimentação, mas todas as obras previstas no Programa de Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários aos Municípios (Proacesso) terão continuidade. A assessoria não soube informar dos reais motivos da paralisação da obra.


A estrada entre a BR-458 e Pingo D´Água tem 39,9 quilômetros e sua pavimentação foi iniciada em 2008 pela Fidens Engenharia SA, com orçamento de R$ 38,58 milhões do Proacesso.

Novos protestos

Carregando faixas, os moradores usaram placas da própria obra para fechar o tráfego. Os manifestantes prometeram, inclusive, lembrar da obra parada no dia da próxima eleição. O protesto desta segunda-feira foi exatamente em cima da ponte do ribeirão do Boi, localizada a dois quilômetros do povoado de Revés do Belém.
O presidente da Câmara de Vereadores em Pingo D´Água, Marcos Ferreira da Rocha, justificou a manifestação ao lembrar que há muitos anos os usuários sofrem com a estrada de terra. Marcos explica que a população está frustrada com a paralisação das obras. “Há sete meses que não trabalham nessa estrada. Não há explicações por parte do governo, enquanto a população continua a sofrer com a estrada de terra”, reforçou.
Quanto à afirmação do governador Antonio Augusto Anastasia, que ao visitar o Vale do Aço, na semana passada, garantiu que a obra está no cronograma e não está parada, Marcos Ferreira pondera que “contra fatos não há argumentos. Qualquer pessoa poderá percorrer o trajeto e verificar que a obra está, de fato, paralisada. A nossa proposta é parar o trânsito até que o governo se lembre que precisa retomar essa obra”, ameaçou.
Marcos também lembra que mais de 20 mil pessoas dependem do acesso e que, no período chuvoso, os carros atolam. Ele citou ainda que crianças já nasceram dentro de carros antes de chegar ao hospital. “O risco de acidentes também é constante”, mencionou o vereador.
Enganação
Morador de Revés do Belém, Fernando Rosa da Silva, disse que se sente enganado, pois acreditava que o asfalto sairia rapidamente e, até agora, nada. Fernando acrescenta que há aproximadamente 40 anos também se falou na construção de um acesso mais fácil ao Vale do Aço, no entanto, a estrada parou no início. “E a prova é a ponte perdida, uma obra milionária, paga com nosso dinheiro, que ficou abandonada no meio do mato, sobre o rio Doce, igual a essa estrada aqui, sem continuidade”, criticou.
Maria das Graças Fagundes, que também é moradora de Revés do Belém, manifestou a sua decepção. “Tudo o que precisamos está em Ipatinga e faz falta essa estrada em boas condições. É decepcionante ver essa obra paralisada”, afirmou.

O vereador em Pingo D’Água, Luiz Paulo Coelho, lembra que os moradores dos três municípios atendidos pela estrada estavam ansiosos com a chegada do asfalto e o fim da dificuldade do acesso.

Mas de repente, sem nos dar satisfação alguma, pararam a obra. A empreiteira alega que é um problema com o governo, que alega por sua vez que é um problema com a empresa e estamos aqui hoje para chamar a atenção dos responsáveis pelo nosso estado e para dizer que isso aqui é uma humilhação”, frisou.

O vice-prefeito de Pingo D´Água, Waldecy Cardoso Gomes, disse que não esperava a situação chegar ao ponto de ontem. Waldecy lembra que a falta do asfalto é um atraso de vida para a população de Bom Jesus do Galho, Pingo D´Água, Revés do Belém, Quartel do Sacramento e Córrego Novo. “Acreditamos que, se passar essa época agora, dificilmente a obra volta. Se precisar, vamos parar novamente essa estrada”, assegurou.

Transtornos para quem precisava passar
Marcelo Carlos Moreira saiu cedo de Ipatinga em direção a Pingo D´Água, onde iniciaria ontem um serviço. Apesar dos transtornos, Marcelo disse que concordava com a manifestação porque, no seu entendimento, a estrada sem asfalto representa um grande atraso. “A população daqui depende muito dessa estrada para o acesso a Ipatinga. Muitos trabalham lá, têm negócios em Ipatinga e sem asfalto tudo fica mais difícil”, avalia.
Já o motorista Carlos Eduardo Neiva, que saiu cedo de Córrego Novo para uma entrevista de trabalho em Coronel Fabriciano, não gostou da paralisação. “Tinha que estar às 9h na empresa. Eles não me deixaram passar com minha moto e eu certamente perdi a vaga”, reclamou.
Comandante do pelotão da Polícia Militar em Bom Jesus do Galho, o tenente José Damião Gomes explicou que o trabalho no local foi no sentido de garantir a integridade física das pessoas e o direito da manifestação.
O oficial destacou que todos os veículos de emergência, ambulâncias ou caminhões com cargas perecíveis tiveram livre acesso durante o movimento. A manifestação foi previamente acertada no sábado com os organizadores que, segundo o tenente Gomes, cumpriram todos os pontos do acordo. No total, 20 policiais militares, inclusive do Meio Ambiente, foram para o local com sete viaturas. A manifestação foi encerrada sem incidentes.

Repórter : Alex Ferreira - Diário do Aço